Hotel Caldas da Imperatriz

 

História e Origem do Hotel Caldas da Imperatriz: o Berço das Águas Termais de Santa Catarina


Os primeiros relatos sobre as águas termais do Rio Cubatão datam de 1809, quando o naturalista Loccok registrou a existência de fontes com propriedades semelhantes às de Harrogate, famosa estância termal inglesa – mas com temperatura ainda mais elevada e terapêutica.


Em 1812, amostras dessas águas foram enviadas à Corte. No ano seguinte, o Governo Imperial tomou conhecimento de que moradores locais buscavam o local em busca de cura e alívio para diversas doenças, chegando a construir pequenas choças para permanência prolongada.


Com o aumento do fluxo e a presença de tribos indígenas que destruíram as instalações improvisadas, o governo enviou um contingente policial para proteger a área. No entanto, em 30 de outubro de 1814, o destacamento foi completamente dizimado pelos indígenas.


Somente em 1818, por ordem do governador João Vieira Tovar de Albuquerque, as fontes foram retomadas. Nesse mesmo ano, o governo emitiu o primeiro pronunciamento oficial, exaltando o valor das águas e destacando seu potencial como patrimônio natural e benefício à humanidade.


Atendendo ao apelo do governador catarinense, o Rei Dom João VI decretou em 18 de março de 1818 a construção de um hospital termal, ato considerado a primeira lei de criação de uma estância termal no Brasil.


Inicialmente, ergueram-se instalações simples para abrigar enfermos que utilizavam as águas medicinais. Com o tempo, e diante do crescente vandalismo, muitos visitantes passaram a construir choupanas temporárias.


Em 1835, pela Lei Provincial nº 16, a responsabilidade da construção do complexo foi atribuída à Câmara Municipal de São José. Como o projeto não avançou, em 1842 a Assembleia Provincial aprovou nova lei (nº 164), encarregando o presidente da Província de executar a obra com recursos públicos, doações e loterias beneficentes.


Entre 1844 e 1845, o empreendimento recebeu doações do Governo Imperial e da própria Imperatriz Teresa Cristina, que concedeu seu título de Protetora do Hospital Caldas, dando origem ao nome Caldas da Imperatriz.


Durante o período de construção, o local recebeu a visita ilustre do Imperador Dom Pedro II e da Imperatriz Teresa Cristina, entre 29 e 30 de outubro de 1845, ocasião em que conheceram pessoalmente as fontes e comprovaram a qualidade das águas.


A obra, composta por 13 quartos e 6 banheiras de mármore de Carrara, foi concluída em 1855, após anos de aprimoramentos. Desde então, as banheiras originais permanecem preservadas e em uso, símbolo da tradição e da história que fazem do Hotel Caldas da Imperatriz um dos marcos mais antigos do turismo termal no Brasil.


Fonte: Hotel Caldas da Imperatriz